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A Órfã 2: A Origem (William Brent Bell, 2022)

Foto do escritor: Carol BallanCarol Ballan

Ao receber as primeiras notícias de que haveria outro filme relacionado ao universo de A Órfã, eu, e imagino que a maioria do público, questionou a necessidade de uma sequência, dado o plot twist do final da obra original que não poderia ser reproduzido, perdendo-se assim a maior revelação da obra. A decisão por uma prequela pareceu fazer mais sentido, mas ainda assim, era difícil saber o que esperar. E, talvez por essa falta de expectativas, torna-se possível apreciar o tipo de horror exagerado que o filme entrega.


Apesar do nome em inglês First Kill (em tradução livre, Primeira Morte), traduzido para o lançamento como A Origem, a história contada não é realmente a origem de Esther, interpretada novamente por Isabelle Fuhrman. Começando já no manicômio do qual foge na Albânia, e focado na família que a adota nos Estados Unidos, pouco é explicado sobre a origem de seus traumas e agressividade. A atenção fica nas cenas de mortes violentas e sanguinolentas que a mulher é capaz de realizar - e em um plot twist que dialoga com o filme original.


Um dos motivos de preocupação para os fãs foi a escolha de manter Isabelle Fuhrman no papel principal, ainda que mais de dez anos tenham se passado entre as duas produções. No entanto, uma mistura de efeitos visuais práticos como posicionamento, maquiagem e uso de saltos de plataforma, e efeitos de pós-produção permitiram que a atriz parecesse uma criança. Sua atuação é inclusive um dos pontos altos do filme, juntando a falsa inocência com a violência quase gratuita de maneira magistral. O uso desse imaginário, ainda que se saiba desde o início que Leena/Esther é uma mulher adulta, é o que torna a obra visualmente impactante.


Além de causar esse interesse pelo visual, o que o segundo filme consegue fazer e que o difere do primeiro é se aventurar pelo slasher sem se conter. Em muitos momentos, ele abraça absurdos como o de uma pessoa com a estrutura física de uma criança conseguir imobilizar e matar adultos, inclusive os treinados para contê-la. Apesar de gerar um estranhamento inicial, a partir do momento em que o espectador se entrega para a experiência do mesmo modo que aceita um boneco assassino, deixando de lado o realismo, é possível se divertir com a obra.


William Brent Bell, diretor da obra, também aproveita o fato de não ser um nome extremamente conhecido fora do nicho de terror para brincar com essas convenções do gênero. Apesar de alguns sustos bem construídos e pinceladas no psicológico da personagem vista como criança, mas que quer ser desejada por adultos (ainda mais por figuras paternas), o tom principal da obra fica entre a dicotomia entre horror/humor. Para espectadores acostumados às obras de terror do final dos anos 1970 e início dos 1980, o filme é uma excelente opção.


Claro, haverá quem sairá insatisfeito da sala por esperar algo mais sério e sombrio, como fora o filme original. Para quem busca as origens mais psicológicas da personagem, também poderá haver frustração. Mas para quem deseja apenas uma diversão descomprometida, mas nem por isso idiotizante, ele será a escolha perfeita.

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