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A Última Chamada (Timothy Woodward Jr, 2020)

Foto do escritor: Carol BallanCarol Ballan

A Última Chamada entra na lista de filmes que tiveram o lançamento afetado pela pandemia de Covid-19, tendo sua estreia no Brasil apenas em 1º de setembro deste ano, e exclusivamente na rede Cinemark. Com uma premissa clássica de filme de terror, de jovens que se vêem em uma situação desafiadora, seu grande diferencial é a nostalgia, por ser ambientado nos anos 1980.


Em uma trama que inicialmente parece um filme adolescente comum, do jovem Chris (Chester Running) que se muda para uma pequena cidade por conta do divórcio dos pais, aos poucos o cenário se desloca para o terror. Conhecendo a jovem Tonya, ele descobre sobre um passado assustador da cidade que envolve o desaparecimento de uma criança, e logo se vê na situação proposta pela sinopse: após a morte de uma senhora, o grupo de quatro amigos se vê herdeiro de U$ 100 mil desde que cada um realize uma ligação do telefone que se encontra no sótão da casa da falecida.


Já no início da obra, percebe-se que a estética é um de seus principais focos, dada a sequência inicial de apresentação que envolve todos os clichês dos anos 80, da sombra de olhos azul até o fato de o protagonista Chris estar indo para a sala do diretor, algo comum nas tramas da década. Neste momento, apesar da atuação satisfatória de Chester Rushing, que interpreta Chris, ocorre uma primeira tensão ao espectador, dado que Erin Sanders, que interpreta Tonya, não consegue passar como a adolescente que deveria ser. O exagero da caracterização não permite que a atriz de 30 anos pareça mais jovem, e apesar dos trejeitos que evocam a juventude, percebe-se o estranhamento.


Na medida em que a trama se desenrola são apresentados os outros personagens, Zack (Mike Manning) e Brett (Sloane Morgan Siegel), que conseguem a leitura de adolescentes mas não possuem nenhuma profundidade, dada a dependência do roteiro nos clichês. O destaque das atuações fica com Lin Shaye e Tobin Bell, que interpretam o casal Edith e Edward Cranston e que, apesar da obviedade de casal de idosos em um filme de terror, conseguem manter a atenção dos espectadores.


O entretenimento está garantido para quem deseja assistir a um filme de terror sem grandes significados ocultos ou camadas políticas. Há alguns sustos resultados tanto pela encenação quanto pela excelente trilha sonora, ainda que haja mais tentativas de jump scares (em tradução livre, pulos de susto) do que vezes em que o espectador realmente se assusta. Há ainda um plot twist acrescentado à trama, que é interessante, mas que poderia ser potencializado se fosse melhor estruturado.


Apesar da proposta interessante, a obra se torna genérica e, em um universo onde filmes de gênero estão voltando a ter proeminência, este poderá cair em esquecimento logo após as primeiras semanas de lançamento. Mesmo com a sinopse interessante, a execução arrastada e a necessidade de dialogar com o público que vai ao cinema apenas pelos sustos o leva a não alcançar seu potencial.

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