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Crítica | Mostra de SP | Saturday Night: A Noite Que Mudou a Comédia

Foto do escritor: Carol BallanCarol Ballan

Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia (EUA, 2024)


Título Original: Saturday Night

Direção: Jason Reitman

Roteiro: Gil Kenan e Jason Reitman

Elenco principal: Gabriel LaBelle, Rachel Sennott, Cory Michael Smith, Ella Hunt, Dylan O’Brien, Emily Fair, Matt Wood, Lamorne Morris e Kim Matula

Duração: 109 minutos


É um movimento ousado exibir no Brasil um filme sobre uma série que nunca esteve disponível no país, como é o Saturday Night Live. No entanto, é inegável que fomos de certa forma colonizados pela cultura estadunidense, sabendo alguma informação sobre o programa por conta de um ator de comédia ou de termos visto alguma cena no Youtube. Ainda assim, sua popularidade não é tão grande aqui quanto na América do Norte, e um filme lotado de referências mas sem um bom conteúdo audiovisual poderia se tornar uma comédia completamente sem graça.


grande elenco posando para foto em cena do filme saturday night

Mas o recorte escolhido é a principal razão para o seu sucesso, além do roteiro com um excelente timing cômico. O que somos apresentados é o tempo logo antes de se iniciar o primeiro episódio que foi ao ar ao vivo, com uma visão sobre o caos de seus bastidores e a política dentro do estúdio que levou tanto à sua aprovação quanto à decisão de ele ser ao vivo. E, ainda que se trate de uma história real cuja solução a gente já saiba, dado sua presença no ar desde os anos 1970, há tensão o suficiente para que duvidemos de seu sucesso do início ao fim do longa.


O filme se passa em tempo real, sem cortes que indiquem passagem de tempo, mas também sem a preocupação de fingir ser um grande plano sequência. Existem planos bastante longos, mas que são sempre pensados a partir de uma dinâmica de coordenação e coreografia, priorizando o movimento dos personagens em tela. Isso transmite a sensação de urgência e ansiedade dos personagens para os espectadores, e conseguindo efetivamente causar uma grande impressão. Isso é aliado aos diálogos igualmente velozes e divertidos e criam a atmosfera pela qual o programa é conhecido até hoje.


A maior dificuldade para o público leigo como eu é conseguir compreender a miríade de personagens que é apresentada. Com tempos diferentes em tela, conseguimos nos conectar mais diretamente a alguns deles, mas imagino que para os fãs de SNL cada papel seja mais significativo, criando camadas de compreensão que me fogem. Ainda assim, a maioria deles tem um desenvolvimento rápido de uma característica principal que funciona em tela, só sendo necessário conhecermos mais sobre os personagens principais.


O que se desenrola é uma comédia de ótima qualidade, que consegue manter a atenção dos espectadores a todo segundo e que consegue funcionar tanto para fãs quanto para pessoas que não conhecem quase nada sobre o programa. A quantidade de contexto dada é significativa para seu andamento, mas isso não é trazido de forma expositiva. O andamento ágil combina com o funcionamento de um programa ao vivo e cria uma interação com a plateia, criando uma obra que nos diverte sem nem percebermos a passagem de tempo.


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