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Dois lançamentos, duas visões: Maestro, O Sequestro do Voo 375 e Wonka

Carol e Jean

Por Carol Ballan


Maestro (Bradley Cooper, 2023)


Para os fãs de cinema, é difícil não conhecer Leonard Bernstein (Bradley Cooper) como um grande nome que ajudou a reviver o musical americano através de Amor, Sublime Amor (Jerome Robbins e Robert Wise, 1961). Mas possivelmente sabem muito pouco sobre a sua vida, assim como eu não sabia. Então, o projeto do Steven Spielberg, que sabemos que é tão fascinado com o filme original que fez um remake, de trazer essa vida às telas, faz muito sentido considerando sua trajetória. O projeto já chega com a indicação de Cooper para diretor (e como ator principal) sendo problematizada por conta do uso de prótese de nariz para a representação mais realista do maestro-personagem - uma representação judaica historicamente preconceituosa.



Mas ao assistir ao filme, percebe-se que o judaísmo é um elemento pouco representado, sendo importante apenas nas primeiras cenas em que ele conhece a sua futura esposa Felicia Montealegre (Carey Mulligan) e rapidamente se identifica com a sua origem também judaica. E também rapidamente compreendemos a sua bissexualidade, que é tratada com naturalidade pela obra, ainda que se mostre que não era algo aceito pela sociedade e também acabe sendo representada de forma bem sexualizada, reforçando o estereótipo criado ao longo de décadas. Ainda assim, é bom ver em cena um Cooper extremamente seguro de seu papel, assim como de quais são as suas fragilidades e pontos fortes, em uma atuação que certamente percorrerá a temporada de premiações. Isso acabará ocorrendo, sim, por conta da boa atuação, mas também pelo papel com uma grande gama de emoções e também pela preferência de Hollywood por filmes que citam a história do cinema.


Já a atuação de Mulligan, apesar de realista e emocionante, acaba desperdiçada em uma personagem que parece ter como única importância ser o suporte emocional do protagonista. Isso funciona quando se pensa em Bernstein e a sua dificuldade em enxergar as pessoas ao seu redor, mas a partir do momento em que ela ganha tanto tempo em tela sem desenvolver um arco próprio (senão o de doença), percebe-se como certa profundidade ajudaria o filme.


E essas boas atuações são envolvidas por um filme tecnicamente impecável, de perceber a obsessão de Cooper em realizar bem as cenas regendo até a fotografia que passa do preto e branco ao colorido de forma tão bela que nem incomoda quem assiste. Matthew Libatique, que já havia trabalhado com o diretor em Nasce Uma Estrela (Bradley Cooper, 2018), repete a fórmula de enquadramentos e iluminação impecáveis a cada plano, com um efeito visual impactante e belíssimo.


Essa elegância se repete na forma do roteiro, que utiliza episódios específicos de maneira inteligente, sem a necessidade de recitar fatos e tornar os diálogos cansativos, que é um erro comum de cinebiografias. Ainda que o primeiro ato seja um pouco lento e falte informação suficiente sobre Felicia para que realmente nos importemos com a personagem, o maestro fica muito bem representado.


A obra é possivelmente mais um passo de Cooper em direção a um lugar cativo entre os grandes diretores e atores, curiosamente envolvendo a música em suas grandes obras. Permanecemos com a curiosidade em relação aos seus próximos projetos, que até a escrita deste texto permanecem incógnitos.


A distribuição do filme está sendo realizada pela O2 Play. Verifique as sessões na sua cidade.



O Sequestro do Voo 375 (Marcus Baldini, 2023)


Hoje em dia, para qualquer pessoa que já pegou um voo, há uma clareza de que este é um processo extremamente burocrático. Entre malas que passam por raio-x ou procedimentos de revista aleatórios, é possível dizer que a aviação é uma forma de transporte bastante segura. No entanto, estes protocolos são um tanto recentes, muito ligados aos acontecimentos de 11 de setembro, com o atentado terrorista às torres gêmeas. O que o novo filme brasileiro O Sequestro do Voo 375 nos mostra, no entanto, que o Brasil poderia ter aberto um precedente em relação ao ocorrido, com um civil sequestrando um voo e desejando atirá-lo no Palácio do Planalto.



O filme traz uma ficcionalização a partir da história real do sequestro do voo 375 saindo de Confins para o Rio de Janeiro em 1988. Raimundo Nonato (interpretado por Jorge Paz) desejava matar o então presidente José Sarney por conta de seu desemprego e incapacidade de ajudar a família que deixou no Maranhão, se aproveitando de uma brecha na segurança dos aeroportos para isso. Então, em um trabalho conjunto entre piloto da aeronave (Murilo, interpretado por Danilo Ghangreia) e o controle aéreo (Roberta Gualda), se inicia uma negociação intensa visando minimizar os danos aos civis presentes.


O longa-metragem é mais uma prova do investimento do conglomerado Disney em seu selo de produções nacionais, o Star Plus Productions. Além de um importante resgate histórico de uma história que foi propositalmente esquecida pelo governo por conta da oposição extrema, também há um elemento de criação de uma grande produção de ação. Apesar de muito bem aceito pelo público nacional, o gênero não é constantemente explorado - sendo esse um potencial caminho para conquistar o público nacional.


Nada adiantaria tamanho cuidado com a história original se o filme criado a partir dela não fosse uma obra emocionante e cativante. O primeiro ponto a ser elogiado neste sentido são as atuações, que encontram um equilíbrio respeitoso entre o realista e o épico. Nonato, por exemplo, poderia facilmente cair no estigma de vilão terrorista maluco. Mas quando é dado todo um contexto social e pessoal da realidade enfrentada pelo homem, cria-se uma nova camada que um ator como Jorge Paz consegue aproveitar para indicar suas fragilidades. O mesmo ocorre com Murilo, sendo a sua história prévia muito importante para criar empatia com o público.


Considerando as dificuldades técnicas de filmar ou produzir determinadas cenas externas da aeronave, também há uma escolha sensata da direção em criar tensão a partir de momentos que ocorrem dentro dela. A dramaturgia funciona muito melhor do que as pirotecnias, com alguns dos CGIs externos criando uma artificialidade que por vezes desliga o espectador do que está acontecendo em tela.


É necessário também parabenizar a cenografia e direção de arte, que conseguem transportar o público para os anos 1980 retratados. Tanto através da recriação gráfica da marca da VASP até os pequenos detalhes como a possibilidade de fumar no avião, fica claro que estamos falando sobre uma outra época. É mais um ponto essencial da imersão que é tão importante para o filme.


O filme consegue realmente recriar um cenário de maneira excelente e dar luz ao crime cometido que foi esquecido. Por conseguir trabalhar muito bem com o gênero de ação, traz empolgação ao público, algo que dificilmente seria alcançado se fosse mantido o projeto inicial de um documentário. É uma produção que cativa toda a família e faz com que todos fiquem na ponta dos assentos até o último momento.


Comentário extra com spoiler: Como filha de piloto de avião, preciso comentar como toda a parte técnica pareceu realista, além da menção à Esquadrilha da Fumaça sendo essencial para a compreensão dos detalhes da última cena de ação. O filme também é uma bonita homenagem ao homem que teve pouquíssimo reconhecimento em vida.


A distribuição do filme está sendo realizada pela Star Distribution. Verifique as sessões na sua cidade.



Wonka (Paul King, 2023)


Filmes que trazem o universo da Fantástica Fábrica de Chocolates são sempre divisores de público, tendo defensores e críticos para cada uma de suas versões. Mas se tem algo que ninguém pode negar é o sucesso das obras em mostrar o amor pelo chocolate, assim como a criatividade genial de Willy Wonka.


Acompanhamos Willy Wonka (Timothée Chalamet) enquanto ele chega em uma cidade que se parece de maneira suspeita com Londres, apesar de nunca ser nomeada. Sem muito dinheiro no bolso, mas com a habilidade e o amor pelo chocolate, ele ainda é uma pessoa muito inocente em uma cidade grande. Consequentemente, acaba sendo enganado pela Sra. Scrubbit (Olivia Colman) e Bleacher (Tom Davis) e forçado a trabalhar para eles. O que ele não imagina é que as amizades que ele faz naquele momento serão o seu bem mais precioso com o avançar de sua ambição.


E o elenco secundário é tão estrelado quanto o principal, contando com nomes como Sally Hawkins, Hugh Grant, Simon Farnaby, Calah Lane, Jim Carter e Rakhee Thakrar. Além de serem capazes de criar personagens que possuem cada um a sua gama de sentimentos, funcionando dentro da cartela surreal do filme, eles também são capazes de cantar e dançar nos atos tão doces quanto sarcásticos de comédia musical.


A maior dificuldade que um filme deste assunto possui é conseguir realizar uma adaptação que traga o elemento fantástico do original sem parecer bobo ao novo público, já acostumado a grandes cenas de ação em CGI. Isso é contornado através de um equilíbrio entre o que parece mágico e o que parece real que funciona perfeitamente com a obra, mostrando o quanto de trabalho humano é colocado para criar um espetacular que parece real para quem vive aquele momento. Sem ser excessivamente sombrio, mas ainda brincando com elementos como os ingredientes fantásticos trazidos por Wonka de sua viagem, cria-se o cenário que permite que o espectador se jogue na narrativa sem se preocupar especificamente com os detalhes de continuidade.


Paul King, que já é conhecido por sua maestria ao criar filmes para Paddington que conseguem abalar emocionalmente adultos e crianças, consegue repetir a dose. Tanto ao guiar os atores quanto ao manejar a grandiosidade deste set magnífico, não existe incerteza sobre a sua habilidade de criar um laço sentimental entre público e obra. Neste filme, ele ainda mostra uma coesão entre uma equipe experiente, mas que ainda não foi completamente cooptada pelo cinema hollywoodiano. Do diretor de fotografia coreano Chung-hoon Chung (A Criada, Oldboy) ao compositor inglês Joby Talbot (Sing e Sing 2), ele consegue criar camadas únicas sem deixar de lado toda a história que a franquia possui. Ao trazer Pure Imagination de maneira atualizada, por exemplo, é difícil que os espectadores não se emocionem com a cena e sonoridade.


Chalamet por sua vez, que vem em uma grande onda de sucessos, também mostra que sua escalação não ocorreu à toa. Entre uma voz boa, mas não incrível, habilidades de dança o suficientes para fazer par ao personagem estranho e estando no limiar entre a adolescência e o parecer adulto, ele consegue se colocar como uma prequela excelente ao que já existe sobre o personagem. É difícil pensar em alguém que realizaria tal atuação de maneira tão delicada, mas ao mesmo tempo absolutamente passional.


Podendo ser uma opção para a família toda, o filme se consagra mesmo com suas falhas de ritmo, trazendo um saldo final positivo. Ele mostra que é possível fazer novas adaptações tendo em mente o respeito aos originais, e sem carregar tanto o peso de questões do passado e que deveriam ficar no passado (como a relação de escravidão dos Oompa Loompas ou a ausência de personagens negras).


A distribuição do filme está sendo realizada pela Warner Bros. Verifique as sessões na sua cidade.


Por Jean Werneck:


Maestro (Bradley Cooper, 2023)


Caindo na armadilha do Oscar Bait, Bradley Cooper dirige cinebiografia problemática sobre Leonard Bernstein. 


Maestro traz um recorte sobre a vida de um dos maiores compositores da música clássica, Leonard Bernstein (Bradley Cooper) - responsável pela magnificente trilha sonora de Amor, Sublime Amor (1961) - usando como gancho o casamento dele com a atriz Felicia Montealerge (Carey Mulligan). O longa é a principal aposta da Netflix para a temporada de premiações e compromete sua essência para se moldar ao formato de filme premiável.


Um Oscar Bait nada mais é do que um filme que foi feito com o único objetivo de ganhar algumas congratulações em premiações de cinema. Lamentavelmente, o segundo trabalho de Cooper na direção - após sua estreia com Nasce uma Estrela - parece se dedicar a isso do início ao fim. Desde a fotografia - que utiliza o preto e branco e as cores para representar a fase idealista e realista do relacionamento dos protagonistas, respectivamente - até as performances com transformações físicas caricatas, Maestro tenta convencer o espectador que merece seus aplausos a todo momento e se esvazia de significado por isso. Por trás dos movimentos de câmera dinâmicos, dos rompantes diálogos e da prótese do nariz usado por Bradley Cooper, não há nada que comunique a vida de Bernstein (que, definitivamente, tinha uma história interessante a ser encenada). Há takes potentes no decorrer do enredo, contudo não passam de elementos de campanha para as indicações que visam receber no Oscar ou em qualquer grande evento. 


Além disso, o roteiro de Maestro pode ser resumido em um problemático ditado: Por trás de todo grande homem, existe uma grande mulher. Felícia gira em torno de Leonard durante toda a narrativa. Sua vida se resume em apoiar seu marido, gravando sua agenda e aturando as traições. Mesmo o momento em que ela se revolta contra as atitudes narcisistas dele, isso é rapidamente desconsiderado pelo desfecho romantizado do roteiro. Tal escolha ignora a complexidade do matrimônio deles e propõe um final superficialmente dramático para os conflitos relacionais. Carey Mulligan desperdiça um comprometimento gigante em cena com um papel que tem sua essência corrompida por negligenciar os dilemas da personagem para engrandecer ainda mais o personagem-título. A tentativa de nos convencer de que a obra reverencia Felicia quando, na verdade, tudo é sobre e para Leonard, soa patética e insulta a capacidade de analítica do público. 


Por fim, o estilo da Era de Ouro de Hollywood posto anacronicamente em Maestro reforça o quão retrógrado o filme é em representar figuras reais de modo idealizado e maquiado pela magia (controversa) do cinema. 



A distribuição do filme está sendo realizada pela O2 Play. Verifique as sessões na sua cidade.



O Sequestro do Voo 375 (Marcus Baldini, 2023)


Em meio a manobras aéreas, o longa brasileiro perde o destino do roteiro e tem um pouso turbulento no desfecho. 



Com a fome e desemprego generalizados durante a gestão precária do Presidente da República José Sarney, Raimundo Nonato (Jorge Paz) decide sequestrar um avião comercial para colidir com ele no Palácio do Planalto e vingar a vida miserável a qual foi condenado pela crise econômica. O Sequestro do Voo 375 se propõe a adaptar para as telas a história real do atentado que marcou o Brasil na década de 1980. 



Filmes que abordam sequestro têm dois desafios: encenar a tensão do contexto sem espetacularizar o sofrimento e compreender ambos os lados da negociação, humanizando o sequestrador sem apenas vitimiza-lo. Um Dia de Cão, de Sidney Lumet, e O Plano Perfeito, de Spike Lee, partem dessa premissa básica em que a ética do realizador é primordial para a construção do filme, contudo esse ponto de partida não faz das obras boas em si, e sim suas camadas que enriquecem a narrativa. No caso de O Sequestro do Voo 375 isso não ocorre e a superficialidade do longa torna seu desenrolar protocolar por se alongar demais na contextualização do evento real para o telespectador e pela maneira rasa como explora as motivações do sequestrador frente a um período tão difícil da história brasileira. Vai se tornando desinteressante e mecânica a progressão dos atos de modo que chegamos exaustos ao final do filme. Não se trata de uma obra complexa, mas de uma dinâmica entediante. 


Outros aspectos, para além do roteiro documental, são executados mediocremente. A atuação de Jorge Paz é caricata e isso incomoda a criação de tensão em cena, já que ele é o vetor dos acontecimentos. Igualmente, o restante do elenco não se sobressai nos arcos dramáticos fracos que competem espaço com o contexto histórico político, sendo que no final nenhum dos dois é bem finalizado. Os efeitos especiais por momentos são até interessantes, trazendo cenas em câmera lenta de manobras no ar como última solução para salvar a vida dos passageiros, entretanto há cenas em que os efeitos são perceptivelmente malfeitos e insuficientes - algo que não ocorreu  por falta de um orçamento a altura. 


Por fim, as frases de encerramento que completam as informações sobre o caso real decaem ainda mais o que já não estava bom ao citar que o atentado de Nonato serviu de inspiração para o ataque de 11 de setembro nos Estados Unidos. O teor deste adendo nos faz deixar a sala de cinema como um pouso forçado pelo sentimento de confusão com relação a significância disso para o filme como um todo.


A distribuição do filme está sendo realizada pela Star Distribution. Verifique as sessões na sua cidade.



Wonka (Paul King, 2023)


Na história musical e chocólatra de origem de Willy Wonka, Paul King faz da sua direção um truque de mágica fantástico. 


As melhores coisas do mundo começaram com um sonho. Essa é a filosofia de vida do esperançoso e desafortunado Willy Wonka (Timothée Chalamet), um inventivo jovem chocolateiro que acredita que um sabor pode mudar tudo com magia e doçura. O protagonista já foi representado duas vezes no cinema. A primeira em A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971), protagonizado pelo sorridente Gene Wilder, e a segunda em um remake homônimo dirigido por Tim Burton em 2005, protagonizado pelo cínico Johnny Depp. Ademais, o mais novo Willy Wonka de Timothée Chalamet chega aos cinemas às vésperas de fim de ano com o estupendo Paul King guiando a produção. 



Depois do sucesso de As Aventuras de Paddington 2, o anúncio de King como diretor e roteirista de Wonka parecia a combinação de sabores perfeita. A ludicidade do realizador em representar mundos de faz-de-conta tem a expansão criativa ideal para englobar toda a extravagância imaginária do personagem-título. Claro, as expectativas do público em relação à obra eram o maior vilão do que poderia vir a ser tornar um bomba de chocolate do cinema. Contudo, King se mantém fiel ao seu estilo com uma decupagem que usa jump cuts muito bem montados para dar vida aos números musicais não só satisfatoriamente coreografados, como também captaods por movimentos de câmera tão eufóricos quanto o chocolateiro que dá voz à melodia. O diretor encontra nessa Inglaterra puída do início da primeira revolução industrial um espaço para sua fantasia que traz o ilusionismo cinematográfico como cura da desilusão. 


Para além de figurino e direção de arte deslumbrantes, Wonka também colore a tela do cinema com performances cômicas e otimistas que resgatam o humor corporal das Comédias Mudas e o entusiasmo dos Musicais da Época da Depressão. Timothée Chalamet usa seu rosto travesso e sonhador como maior aliado para captar a essência de seu papel e é acompanhado pelo hilariante restante do elenco - com destque especial para Olivia Colman e Hugh Grant. Apesar de todas essas qualidades, o roteiro é uma engenhoca fabricada para entreter o público a todo momento. Uma produtividade que está acima da demanda, levando o espectador a sair com diabetes da sessão, dado o alto teor de detalhes açucarados. 


Ainda assim, Wonka é uma caixa de bombom que explode sabores de cinema em nossas papilas gustativas. 


A distribuição do filme está sendo realizada pela Warner Bros. Verifique as sessões na sua cidade.


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