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Lançamento da Semana: Beekeeper - Rede de Vingança (David Ayer, EUA, 2024)

Foto do escritor: Carol BallanCarol Ballan

Se existe um ator que trabalhou excessivamente após o término da pandemia, este certamente foi Jason Statham. Com cinco longa-metragens sendo rodados em 2023, ele foi incansável, ainda mais ao se considerar que todos esses projetos envolviam grandes cenas de ação. Mas como quantidade e qualidade se relacionam em um caso de super-produções como as dele?




Seja lutando contra tubarões gigantes ou se encontrando com mercenários e ladrões de carro, o personagem representado é sempre um estereótipo do que é esperado da masculinidade. Forte, viril, centrado nos valores de bem e mal e capaz de derrubar qualquer fera com apenas alguns socos. Em Beekeeper, apesar de não haver tanto a questão da virilidade, a performance é bem similar: Adam Clay é um homem que cuida de suas colméias de abelha e que sente muito carinho pela figura materna de sua vizinha. Mas quando ela cai em um esquema de phishing (quase que um golpe de WhatsApp americanizado) com consequências trágicas, ele revela a sua verdadeira identidade como membro de uma organização secreta que luta pelo bem da sociedade e inicia uma verdadeira caçada por aqueles responsáveis pelo ocorrido com sua amiga.


A grande questão do filme é que ele entrega exatamente o que os espectadores esperam: nada a mais ou a menos. Ao ver o trailer ou ler a sinopse do filme, sabe-se exatamente o que acontecerá, e nada é feito para superar ou subverter essas expectativas. Ao mesmo tempo, o filme cumpre tudo aquilo que se propõe a fazer de maneira satisfatória, desde as cenas de ação absurdas até a criação de uma visão maniqueísta de certo e errado que muda o mundo através de matanças generalizadas.


Se por um lado é confortável chegar a obras que cumprem as expectativas criadas de maneira consistente, o questionamento que fica ao final da obra é sobre o mercado do cinema, seu público e qual o limite entre a arte e o produto para massas em casos como este. Com estúdios produzindo essa grande quantidade de tramas generalistas, é possível que o público de ação (e isso poderia ser substituído por comédias, filmes de herói, terror, etc) acabe se dividindo entre obras, levando a fracassos de bilheteria como foi Os Mercenários 4.


Ao mesmo tempo, quando comparamos a obra acima com Beekeeper, percebe-se uma diferença em relação a criar um novo universo e uma outra mitologia que o tornam pelo menos interessante. Há qualidades, como as cenas de ação excelentemente coreografadas, uma fotografia menos óbvia do que a esperada. Mas nada disso é capaz de torná-lo realmente memorável para quem assiste quatro obras parecidas com essa, e inclusive com o mesmo ator, ao ano.


Esse debate, assim como aquele relacionado às franquias de filmes e suas infinitas continuações, é alvo da crítica de cinema desde os seus primórdios. Pela inserção do cinema dentro de um mercado capitalista e no caso estadunidense, de alta competitividade, é comum que de tempos em tempos, em busca do lucro pela repetição de fórmula, se chegue a estas situações de certa crise criativa. Mas, até hoje, o cinema sempre foi capaz de se adaptar e criar novas obras que conseguem um sucesso de crítica e público que criará uma nova tendência na produção. Talvez ainda estejamos vivendo a ressaca do sucesso de Top Gun: Maverick. Mas aguardo ansiosamente para conseguir ver um filme de ação realmente inovador nas telas.


O filme está sendo distribuído no Brasil pela Diamond Films. Verifique as sessões na sua cidade.


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